Os ensinamentos cabalísticos, instam-nos à auto-análise e a questionarmo-nos a todo o momento.
Algumas porções do Zohar falam das “regras da construção do Tabernáculo”, que em Cabala aprendemos a decifrar como a construção do nosso Templo interno.
Ser espiritual não é ver tudo e todos como bom e positivo e olhar para tudo candidamente e a pensar que todos somos crianças do Criador e que temos de amá-las do jeito que são.
ERRADO!
SIM, todos somos crianças do Criador, mas a centelha divina no interior da pessoa pode ser por vezes sufocante, com muitas “capas” de inclinação negativa e a pessoa pode ter momentos, por vezes longos, em que se torna o veículo, a arma do lado da escuridão e que se não estivermos atentos e conscientes disto, de cada vez que nos aproximamos de algo, ou de alguém, ou quando queremos construir algo bom, falhamos.
Temos de estar alerta e ao mesmo tempo puros por dentro.
Temos de assumir que este mundo está cheio de forças que são as armas do lado negativo, da escuridão, das trevas. Porquê?
Não podemos cair na falsa espiritualidade de que tudo e todos são bons.
A vida não é assim tão simples.
Temos de conter a escuridão e construir um sistema que combata e lide com essas forças. Não podemos ignorar essas forças ou perdemos a batalha.
Temos de ser capazes de ver a Luz e a Escuridão dentro e fora de nós.
Devemos escolher as nossas companhias em função de proteger a nossa energia. Quanto mais convivermos em sintonia, mais forte a nossa energia. Igual atrai igual.
Assim, estas leituras do Zohar alertam-nos no sentido elevarmos a nossa consciência para que possamos mudar os obstáculos e construir assim o poder da comunidade, com uma genuína motivação para sair da zona de conforto e lutar por valores e defendê-los, sem necessidade de usar a má inclinação, e assim conseguirmos o equilíbrio.
