Ontem, na hora de adormecer o meu neto, lembrei-me de uma fábula que de imediato me transportou para algo cada vez mais comum nos dias de hoje.
Esta fábula tem como personagens principais 3 sapos, que habitavam a Sapolândia, e que durante um dos seus passeios, caíram numa panela de leite. Assim que começaram a debater-se para tentarem salvar-se, o ruído que causaram foi tanto que todos os sapos da Sapolândia foram ver o que estava a acontecer.
Sem conseguirem salvar os outros, os sapos gritavam aquilo que os 3 sapos tentavam fazer na tentativa de se salvar.
Quando nada parecia funcionar, começaram a aconselhar:
– Parem de se debater, é melhor morrer descansado do que nessa angústia!
– Não há salvação, parem de se debater!!
2 dos sapos ouviram o conselho dos demais, e rapidamente se afogaram.
Mas o terceiro sapo cada vez se debatia mais – e o fulgor era tanto que, passado alguns minutos, o leite transformou-se em manteiga e assim, acabou por se salvar.
Mal chegou perto dos restantes habitantes da cidade, foi congratulado… até os restantes habitantes perceberem que este sapo era surdo.
Exatamente: o último sapo conseguiu salvar-se porque não ouviu os conselhos de quem estava na assistência e continuou a lutar pela sua vida.
Este hábito de todos sentirem que podem opinar sobre as decisões das pessoas à sua volta é cada vez mais comum na nossa sociedade, o que significa que temos de viver com isso.
E sim, vão continuar a existir pessoas à nossa volta que estão efetivamente a partilhar estes conselhos com o intuito de te ajudar, mas a verdade é que elas não estão na tua posição. Elas não sabem aquilo que estás a viver, não estão a sentir as tuas emoções e, por isso, dificilmente vão conseguir colocar-se “nos teus sapatos”.
Este é o lembrete para que, às vezes, escolhas não ouvir as opiniões alheias. Para que escolhas ouvir-te a ti e colocar-te a ti em primeiro lugar.
